Boletim Contra-Corrente n° 111 – Mulheres no Mercado de Trabalho em 2025: Avanços Frágeis e Desafios Persistentes

Boletim Contra-Corrente n° 111 – Mulheres no Mercado de Trabalho em 2025: Avanços Frágeis e Desafios Persistentes

Em março, mês de luta das mulheres trabalhadoras, o Boletim Contra-Corrente traz uma análise crítica sobre as condições de trabalho das mulheres no Brasil. Observamos que, apesar de algumas conquistas formais, persiste uma enorme desigualdade de gênero e raça. A lei da equiparação salarial, sancionada em 2023, não se traduziu em mudanças efetivas: a informalidade, a precarização e as brechas nas novas formas de contratação seguem limitando seus impactos. Enquanto isso, o abismo salarial e a subrepresentação em cargos de liderança seguem dando a tônica, agravados quando analisamos as mulheres negras.  

O cenário político tampouco não traz alento. O governo Lula, apesar das promessas de campanha, não revogou as reformas trabalhista e previdenciária e a lei das terceirizações. Pior, manteve e aprofundou as políticas de austeridade – como o teto de gastos revisado (arcabouço fiscal) e a reforma tributária –, sacrificando direitos em nome do “equilíbrio fiscal”. A reforma administrativa, ainda em discussão, ameaça aprofundar a precarização, atingindo em cheio as trabalhadoras, majoritárias nos serviços públicos. 

Tudo isso se combina com um cenário de inflação dos preços dos alimentos, que castiga as famílias mais pobres chefiadas por mulheres. Essa situação abre espaço para o avanço da extrema-direita, que buscam capitalizar em cima do desgaste do governo, apesar de que quando esteve no poder e ainda hoje segue aplicando o mesmo receituário neoliberal e atacando as mulheres e os trabalhadores de conjunto.  

Neste BCC, reafirmamos que a pauta das mulheres não é um tema secundário, mas parte central da luta contra a exploração capitalista. Com a força feminina representando a maioria da população e da força laboral, esse debate segue urgente para sindicatos, movimentos sociais e toda a classe trabalhadora. Que estas reflexões fortaleçam a unidade nas ruas, nos locais de trabalho e nas entidades classistas, integrando a equidade de gênero e raça como eixos indissociáveis da transformação social.  

Boa leitura!   

 

Faça o download do boletim aqui.

Compartilhar:
Anterior

Panorama da indústria aeroespacial no mundo e a posição privilegiada da EMBRAER

Próximo

Nota sobre os índices do quarto trimestre de 2024 da Petrobras

Deixe uma resposta